segunda-feira, 26 de março de 2012

# 9 - Articulações

E aí, pessoal, como comentado no post anterior, neste serão abordadas as articulações usadas nas partituras, que nada mais são do que sinais que indicam como "atacar" (tocar) as notas.

Legato (Ligado) e Non Legato (Não - Ligado)

O Legato é indicado por uma linha curva sobre o grupo de notas que se deseja "ligar" ou com a palavra Legato em cima da primeira nota do trecho que está "ligado". Em sua execução nos instrumentos de teclas a tecla seguinte é pressionada antes de soltar a anterior, como se o instrumento não respirasse de uma nota para outra, dando uma sensação de elas estarem ligadas.



Exemplo acima a 100 bpm de seminima:

O Non Legato é usado para finalizar o Legato quando este está na forma escrita (Legato). Sendo assim escreve-se Non Legato na nota posterior à nota final do trecho que estava "ligado". Em sua execução nos instrumentos de teclas a tecla seguinte é pressionada somente depois de soltar a anterior, como se o instrumento tomasse um pequeno fôlego de uma nota para outra, dando uma sensação de elas estarem separadas, ou seja, não mais ligadas. O mesmo exemplo acima escrito com Legato e Non Legato ficaria assim:



Staccato (Destacado)

O Staccato, também chamado de ponto de diminuição, tem por finalidade destacar as notas em sua execução, podendo ser subdividido em 3 tipos:

Staccato Simples

Tira-se metade (50%) do valor da figura da nota em questão e transforma-o em pausa. Por exemplo, ao se ter uma mínima com staccato seria o mesmo que se ter uma nota de semínima e uma pausa de semínima após a nota. É representado acrescentando-se um ponto acima da nota (quando a cabeça está para cima) ou abaixo da nota (quando a cabeça está para baixo).




Exemplo acima a 100 bpm de seminima:

Staccato Brando ou Portato (Levado)

Tira-se um quarto (25%) do valor da figura da nota em questão e transforma-o em pausa. Por exemplo, ao se ter uma semínima com portato seria o mesmo que se ter uma nota com a duração de 3 semicolcheias (1/4 semínima = 1 semicolcheia) mais 1 pausa de semicolcheia. É representado acrescentando-se um ponto acima da nota (quando a cabeça está para cima) ou abaixo da nota (quando a cabeça está para baixo) e uma linha curva sob ou sobre o grupo de notas que terão seu valor modificado (como se fosse um legato + Staccato).




Exemplo acima a 100 bpm de seminima:

Martellato (Martelado)

Tira-se três quartos (75%) do valor da figura da nota em questão e transforma-o em pausa, tocando-se apenas um quarto, produzindo uma martelada, um efeito seco. Por exemplo, ao se ter uma mínima com martellato seria o mesmo que se ter uma nota com a duração de 1 semicolcheia mais 3 pausas de semicolcheia. É representado acrescentando-se uma espécie de seta apontando para a cabeça da nota que terá seu valor modificado.


Exemplo acima a 100 bpm de seminima:

Tenuto (Mantido) ou Tratina

O Tenuto serve para indicar que uma determinada nota é obrigada a ter sua duração completa. Muitas vezes por um descuido ou por interpretação diferenciada do artista há notas que não são tocadas em sua total duração e, para indicar que uma determinada nota deve ser tocada com sua total duração durante a apresentação, é inserido o Tenuto com uma indicação de um traço sob ou sobre a nota que se deseja indicar (esse traço é chamado de Tratina, daí o outro nome do tenuto) ou escrito Ten. sob ou sobre a nota. Quando se deseja indicar um grupo de notas pode-se escrever Tenuto sob ou sobre a primeira nota do grupo e no final do grupo colocar uma indicação qualquer de que ali termina o trecho com tenuto.


Bom, pessoal, mais um tópico encerrado. Espero que estejam gostando. Até a próxima!

domingo, 18 de março de 2012

# 8 - Dinâmica Musical

Olá, pessoal, neste post será abordada a dinâmica da música. Assim como na física, em música também é relacionada a dinâmica com a força. Nos instrumentos de teclas a força envolvida está na pressão que o dedo exerce em cada tecla. Pode ser sentida nos pianos, em teclados que sejam "sensíves ao toque" (transmitem a força utilizada, não sendo apenas em uma única intensidade), etc. A dinâmica na música, junto com o andamento da mesma, são uns dos fatores que permitem o sentimento, se a música é alegre, tensa, de suspense, entre outros. A dinâmica será abordada inicialmente pelos sinais dinâmicos.

Sinais Dinâmicos (Sinais de Intensidade)

São indicações da intensidade das notas a serem tocadas (para a nota ter uma execução mais forte ou mais fraca), mexendo na dinâmica da música, indo desde molto pianissimo (som quase inaudível) - as nomenclaturas utilizadas na partitura são em italiano - até molto fortissimo (som muito tenso).

Molto Pianissimo (Muito Suavíssimo)

É um som bem baixo, quase que imperceptível, e é indicado colocando-se um ppp sobre a primeira nota que se deseja executar nessa intensidade.



Exemplo acima a 100 bpm de seminima:

Pianissimo (Suavíssimo)

É um som um pouco mais intenso que o anterior, mas mesmo assim é bem calmo. É indicado colocando-se um pp sobre a primeira nota que se deseja executar nessa intensidade.



Exemplo acima a 100 bpm de seminima:

Piano (Suave)

É um som suave, porém mais intenso que o pianissimo. É indicado colocando-se um p sobre a primeira nota que se deseja executar nessa intensidade.



Exemplo acima a 100 bpm de seminima:

Mezzo Piano (Meio Suave)

É mais intenso que o piano e é indicado colocando-se um mp sobre a primeira nota que se deseja executar nessa intensidade.


Exemplo acima a 100 bpm de seminima:

Mezzo Forte (Meio Forte)

É mais intenso que o mezzo-piano e é indicado colocando-se um mf sobre a primeira nota que se deseja executar nessa intensidade.



Exemplo acima a 100 bpm de seminima:

Forte (Forte)

É um som mais "pesado" e é indicado colocando-se um f sobre a primeira nota que se deseja executar nessa intensidade.


Exemplo acima a 100 bpm de seminima:


Fortissimo (Fortíssimo)

É mais intenso que o forte e é indicado colocando-se um ff sobre a primeira nota que se deseja executar nessa intensidade.



Exemplo acima a 100 bpm de seminima:

Molto Fortissimo (Muito Fortíssimo)

É um som bem intenso e é indicado colocando-se um fff sobre a primeira nota que se deseja executar nessa intensidade.



Exemplo acima a 100 bpm de seminima:


Obs.: Até que haja algum outro sinal de dinâmica a música permanecerá com aquela dinâmica. Se não houver nenhuma indicação de dinâmica, uma dica é prezar pelo bom senso e pelo sentimento da música:

Exemplo acima a 100 bpm de seminima:


Sinais de Acentuação

Indicam uma variação de intensidade de apenas uma única nota.

Acento Horizontal


Quando um sinal de maior que ( > ) for colocado sob ou sobre uma nota significa que aquela nota (somente) terá um aumento súbito de intensidade, mas um aumento não muito grande.

Acento Vertical


Quando um circunflexo ( ^ ) for colocado sobre uma nota (ou um v sob a nota) significa que aquela nota (somente) terá um aumento súbito de intensidade, mas um aumento considerável, maior que o do acento horizontal.

Exemplo:



Exemplo acima a 70 bpm de seminima:

Os sinais de acentuação, combinados com intensidades diferentes, geram algumas designações especiais, como por exemplo:

Sforzando (Esforçando)


Pode-se ter um sforzando combinando-se o acento horizontal com a intensidade forte (resultando em um forte dinâmico, representado pela escrita sf sob ou sobre a nota), com a intensidade fortissimo (resultando em um fortissimo dinâmico, representado pela escrita sff sob ou sobre a nota) e com a intensidade molto fortissimo (resultando em um molto fortissimo dinâmico, representado pela escrita sfff sob ou sobre a nota). 

Sforzato (Tenso)


Pode-se ter um sforzato combinando-se o acento vertical com a intensidade forte (resultando em um forte dinâmico com intensidade maior que o do sforzando, representado pela escrita sfz sob ou sobre a nota), com a intensidade fortissimo (resultando em um fortissimo dinâmico com intensidade maior que o do sforzando, representado pela escrita sffz sob ou sobre a nota) e com a intensidade molto fortissimo (resultando em um molto fortissimo dinâmico com intensidade maior que o do sforzando, representado pela escrita sfffz sob ou sobre a nota).

Variações Graduais de Intensidade

Indicam uma variação de intensidade (para cima ou para baixo) em um trecho da música. Os tipos de variações graduais são as seguintes:

Aumento Gradual de Intensidade


Pode ser indicado escrevendo-se Crescendo (ou Cresc. - ambos com um sinal indicativo quando acabar o aumento, que pode ser uma linha horizontal colocada do lado do nome escrito), Aumentando (ou Aum. - ambos com um sinal indicativo quando acabar o aumento), Rinforzando (ou Rinf. - ambos com um sinal indicativo quando acabar o aumento) e com um sinal de menor ( < ), sob ou sobre o grupo de notas que se deseja realizar esse aumento gradativo, permanecendo as notas após o aumento com a nova intensidade. Normalmente se indica a variação do crescendo, por exemplo, se o trecho está em p depois do sinal coloca-se um ff. Quando não houver indicação, uma dica é prezar pelo bom senso.

Diminuição Gradual de Intensidade


Pode ser indicado escrevendo-se Decrescendo (ou Decresc. - ambos com um sinal indicativo quando acabar o aumento), Diminuendo (ou Dim. - ambos com um sinal indicativo quando acabar o aumento)  e com um sinal de maior ( > ), sob ou sobre o grupo de notas que se deseja realizar essa diminuição gradativa, permanecendo as notas após a diminuição com a nova intensidade. Normalmente se indica a variação do diminuendo, por exemplo, se o trecho está em ff depois do sinal coloca-se um p. Quando não houver indicação,  uma dica é prezar pelo bom senso.

Exemplo:



Exemplo acima a 80 bpm de seminima:

Bom, mais um post encerrado. No próximo serão abordadas as articulações, que são indicações do modo de "atacar" as notas.

Até lá!

domingo, 11 de março de 2012

# 7 - Barras de Compasso

Olá, pessoal, como já foi falado um pouco acerca de compassos, neste post será falado sobre as barras de compasso, ou seja, os tipos de barra que podem ser colocadas para separar os compassos entre si e seus significados.


Barra Simples
Apenas separam os compassos.


Barra Tracejada

Subdivide os compassos e é usada para facilitar a contagem de tempos, dividir o interior dos compassos em diversas partes para estudo e aprendizagem, etc. Basicamente só é utilizada em exercícios, pois não apresenta nenhum efeito considerável na execução da música.


Barra Dupla

Separam partes de música, por exemplo, com andamento diferente, com armaduras de clave diferentes (será apresentado mais adiante), com fórmulas de compasso diferentes, etc.


Barra Final

É uma barra dupla, sendo que a segunda barra é mais grossa. Indica o fim de uma música.


Barras de Repetição

Barras de repetição (ou Ritornello) são barras usadas à esquerda e à direita do trecho que se deseja repetir.


Obs. 1: No caso acima o trecho entre as barras irá se repetir 1 vez, ou seja, será tocado 2 vezes. Caso seja necessária mais de 1 repetição, indica-se (geralmente no final do trecho) uma indicação de quantas vezes o trecho será tocado. Por exemplo, se ele for tocado 3 vezes, coloca-se um 3X (lê-se 3 vezes) em cima.


Obs. 2: No caso de haver uma repetição na qual os últimos compassos sejam diferentes usa-se a Linha de 1ª  e 2ª  vezes, sendo estendida até quantas vezes forem necessárias, sendo seu nome correto como Chave de Volta. No exemplo a seguir, como é usada a chave de volta, não precisa-se dizer a quantidade de execuções do trecho. Nas 1ª e 3ª vezes o trecho é executado com o compasso que está abaixo da designação de 1ª e 3ª vezes e na 2ª vez o trecho é executado com o compasso que está abaixo da designação de 2ª vez.


O exemplo acima seria executado da seguinte maneira:


Bom, galera, mais um post encerrado. Se houver algo que ficou na dúvida é só perguntarem.

Até o próximo post!

terça-feira, 6 de março de 2012

# 6 - Compassos

Fala, pessoal, agora que já foram apresentadas as figuras rítmicas e seus valores, a música será organizada na partitura com essas figuras, facilitando a sua execução e a marcação dos tempos.

Os compassos são as subdivisões da música que irão gerar essa organização, acabando por caracterizar estilos de músicas. Eles são separados por uma linha vertical simples (apenas 1 linha) que corta o pentagrama e são indicados no início de cada compasso através da Fórmula de Compasso.

Fórmulas de Compasso

As fórmulas de compassos são números em forma de fração que aparecem antes de qualquer indicação de nota no compasso.


Cada figura musical tem um valor qualitativo:

Semibreve = 1
Mínima = 2
Semínima = 4
Colcheia = 8
Semicolcheia = 16
Fusa = 32
Semifusa = 64
Quartifusa = 128

O exemplo acima, que é o famoso 4/4 (lê-se quatro por quatro), significa que no compasso teremos 4 tempos (quantidade) de semínima (qualidade), e após atingida essa quantidade, coloca-se a barra simples e inicia-se um novo compasso.

No caso do 2/2, significa que temos 2 tempos de mínima no compasso.

Obs. 1: Quando um compasso acaba, se o seguinte for da mesma fórmula que o anterior, não é necessária a indicação novamente da mesma fórmula. Somente há a necessidade quando há a mudança de fórmula, como está apresentado no exemplo abaixo, onde os dois primeiros compassos são 4/4 e o terceiro é um 8/4.




Obs. 2: No exemplo acima, no segundo compasso, pode ser observada uma mistura de figuras diferente do que foi apresentado até então. São os agrupamentos de notas, para a escrita não ficar poluída cheia de hastes. Para agrupar-se as notas, analisa-se quantos traços há na extremidade da haste e faz-se uma analogia com as figuras. Por exemplo, um traço significa que é uma colcheia, dois traços significam que é uma semicolcheia, etc. Esse agrupamento só existe das colcheias até as quartifusas.

Obs. 3: Os compassos 2/2, 3/4 e 4/4 em especial podem ser expressos também através de símbolos específicos ou apenas de seus valores quantitativos, a saber:


Os compassos são denominados da seguinte maneira:

Compasso Binário: Quando se há a marcação de dois tempos no compasso, sendo o primeiro marcado forte e o segundo fraco. É utilizado em composições de música erudita e de jazz, além de outros como frevo, marcha, samba, blues, ritmos latinos, etc.

Compasso Ternário: Quando se há a marcação de três tempos no compasso, sendo o primeiro marcado forte e os outros dois, fracos. É utilizado em composições de música erudita e de jazz, além de outros como valsa e músicas medievais.

Compasso Quaternário: Quando se há a marcação de quatro tempos no compasso, sendo o primeiro marcado forte, o segundo e o quarto, fracos e o terceiro, intermediário. É utilizado em músicas de rock, mas especialmente na maior parte das músicas populares.

Compasso Binário a 80 bpm:
Compasso Ternário a 80 bpm:
Compasso Quaternário a 80 bpm:

Atualmente, são encontrados também compassos quinários e setenários, a saber:

Compasso Quinário: Quando se há a marcação de cinco tempos no compasso, sendo a combinação de um binário (em primeiro) e um ternário (em segundo) ou de um ternário (em primeiro) e um binário (em segundo), entre outras combinações possíveis que não serão mérito dessa aula.

Compasso Setenário: Quando se há a marcação de sete tempos no compasso, sendo a combinação de um ternário (em primeiro) e um quaternário (em segundo) ou de um quaternário (em primeiro) e um ternário (em segundo), entre outras combinações possíveis que não serão mérito dessa aula.

Bom, galera, mais um assunto encerrado. Os compassos apresentados acima são chamados de compassos simples, porém ainda existem alguns tópicos referentes a compassos que são complexos e mais extensos, como compassos compostos, por exemplo. Mas essa parte não será tratada neste post.

Até o próximo post, galera!

sábado, 3 de março de 2012

# 5 - Figuras Rítmicas, Suas Pausas e Valores

Fala, galera, nesse post serão abordadas as figuras rítmicas, ou seja, a duração que cada nota poderá ter na música.

As figuras, que determinam o ritmo, a duração de cada nota, são compostas basicamente por três partes: cabeça,  haste e colchete, podendo admitir ou não a haste e o(s) colchete(s):


A figuras podem ser classificadas quanto à sua duração em:


Breve


Equivale a 8 Tempos, mas caiu em desuso. Pode ser representada das três maneiras acima. Sua pausa é a seguinte:


Som da Breve a 80 bpm (Do 3):


Enquanto que a simbologia da nota representa a presença de som (a duração que a nota deverá ser prolongada, tocada), a da pausa representa o silêncio, ou seja, a duração que permanecerá sem nenhuma nota tocada.

Obs. 1: A pausa de breve sempre é colocada no terceiro espaço do pentagrama.

Obs. 2: Normalmente as bpm (batidas por minuto) são caracterizados como tempos de semínima, ou seja, se o andamento da música é de 80 bpm significa que são tocadas 80 semínimas em um minuto. Muitas vezes é colocado o símbolo da figura correspondente do lado, para saber se são, por exemplo, 80 batidas de colcheia e por aí vai.


Semibreve


Equivale a 4 Tempos de Semínima. Sua pausa é a seguinte:


Som da Semibreve a 80 bpm (Do 3):


Obs.: A semibreve não possui haste e a pausa sempre é colocada sob a quarta linha do pentagrama.


Mínima


Equivale a 2 Tempos de Semínima. Sua pausa é a seguinte:


Som da Mínima a 80 bpm (Do 3):


Obs.: A pausa de semínima sempre é colocada sobre a terceira linha do pentagrama.


Semínima


Equivale a 1 Tempo (Tempo de Semínima). Sua pausa é a seguinte:


Som da Semínima a 80 bpm (Do 3):


Colcheia


Equivale a 1/2 Tempo de Semínima. Sua pausa é a seguinte:


Som da Colcheia a 80 bpm (Do 3):


Obs.: A pausa de colcheia é colocada com o colchete no terceiro espaço do pentagrama.


Semicolcheia


Equivale a 1/4 de Tempo de Semínima. Sua pausa é a seguinte:


Som da Semicolcheia a 80 bpm (Do 3):


Obs.: A pausa de semicolcheia é colocada com os colchetes nos terceiro e quarto espaços do pentagrama.


Fusa


Equivale a 1/8 de Tempo de Semínima. Sua pausa é a seguinte:


Som da Fusa a 80 bpm (Do 3):


Obs.: A pausa de fusa é colocada com os colchetes nos segundo, terceiro e quarto espaços do pentagrama.


Semifusa


Equivale a 1/16 de Tempo de Semínima. Sua pausa é a seguinte:


Som da Semifusa a 80 bpm (Do 3):


Obs. 1: A pausa de semicolcheia é colocada com os colchetes nos primeiro, segundo, terceiro e quarto espaços do pentagrama.

Obs. 2: Ainda existe uma figura chamada quartifusa. É quase igual à semifusa (tem um colchete a mais na haste, tanto da nota quanto da pausa) e equivale a 1/32 de Tempo de Semínima, mas é raramente usada.

Obs. 3: As hastes das figuras que a contém podem ser colocadas para cima ou para baixo, não havendo uma regra específica para tal. Às vezes são usadas para separar "vozes" em uma partitura, por exemplo, as hastes que estão para cima são tocadas por um instrumento e as que estão para baixo são tocadas por outro. Mas normalmente são usadas para não sair muito fora do pentagrama, ou seja, por exemplo na Clave de Sol, acima do La3 as hastes ficam para baixo, e abaixo de Si3 ficam para cima, mas não é regra.

Pelo que pode-se observar do que foi descrito desde o início do post, há uma relação quantitativa em relação a cada figura entre si. Essa relação está mostrada na figura a seguir:


Bom, galera, mais um tópico fechado. No próximo post abordaremos os compassos. Até lá!

quinta-feira, 1 de março de 2012

# 4 - "Acidentes" Musicais

E aí, pessoal, nesse post serão abordados os acidentes musicais e as respectivas notas que eles significam, mas antes de falar dos acidentes propriamente ditos, será apresentada uma simples introdução sobre intervalos.

Intervalo é a distância entre duas notas quaisquer. No teclado, o menor intervalo existente é de um semitom (distância entre duas teclas consecutivas, levando-se em consideração as teclas de cor preta). Por exemplo, entre um Do e um Re há dois semitons, assim como entre Re e Mi, Fa e Sol, Sol e La, e La e Si. Já entre Mi e Fa, e entre Si e o Do seguinte há apenas um semitom.

Definição: Dois Semitons = 1 Tom

Sendo assim, entre Do e Re, Re e Mi, Fa e Sol, Sol e La, e La e Si, tem-se 1 tom.

Acidentes Musicais

No post anterior foram identificadas as notas das teclas de cor branca (notas naturais) no pentagrama. Como será feito para representar as teclas de cor preta então? Simples, "acidentando" as notas naturais, ou seja, alterando sua altura por meio de sinais que indicam essa alteração. Os acidentes que irão ser aplicados ao teclado serão os seguintes:

Sustenido

É indicado por uma cerquilha (#) antes da nota. Seu efeito é de elevar a altura da nota em meio tom. Notas sustenidas levam o sustenido no nome. Por exemplo: Do# (Do sustenido), Re#, etc.

Obs.: Si# = Do
          Mi# = Fa



Uma questão muito comum nesse ponto é a seguinte: "Por que representar o sustenido na nota Si ao invés de representar a nota Do natural, por exemplo?" Bem, a resposta disso se encontra no estudo das escalas, que será abordado mais adiante, e é normal de se usar representações desse jeito.

Dobrado Sustenido

É indicado por duas cerquilhas (##) ou um "x" antes da nota. Seu efeito é de elevar a altura da nota em um tom. Notas com dobrado sustenido levam os sustenidos no nome ou podem ser escritas literalmente como a nota correspondente sem o dobrado sustenido. Por exemplo: Do## = Re.




Bemol

É indicado por uma espécie de b antes da nota. Seu efeito é de abaixar a altura da nota em meio tom.

Obs.: Dob =Si
          Fab =Mi


Dobrado Bemol

É indicado por dois b (bb) antes da nota. Seu efeito é de abaixar a altura da nota em um tom. Notas com dobrado bemol levam os bemóis no nome ou podem ser escritas literalmente como a nota correspondente sem o dobrado bemol. Por exemplo: Rebb = Do.


Bequadro

Sempre que for alterada a altura de uma nota, no resto do compasso (será explicado nos próximos posts) a nota fica "acidentada". Quando se inicia um novo compasso, todas as notas voltam a ser naturais, a menos que haja uma armadura de clave (será abordado mais a frente também). O bequadro tem a função de naturalizar novamente a nota dentro de um compasso, retirando qualquer acidente que esteja agindo sobre ela.


Obs.: Em instrumentos de corda, ou teclados que possuam "pitch-bend" (um dispositivo que permite fazer bends no teclado) existe uma representação de meio-bemol (abaixa a nota em 1/4 de tom) e uma de meio-sustenido (eleva a nota em 1/4 de tom). O bend é uma técnica realizada em instrumentos de corda (principalmente) que permite fazer alterações quaisquer na altura da nota, sendo denotadas como: 1/4 de tom (bend 1/4), 1/2 tom (half bend ou bend 1/2), 1 tom (bend full ou simplesmente bend), etc.


Notas Enarmônicas

São notas que possuem representações diferentes mas se referem à mesma nota, por exemplo:

Do# = Reb
Re# = Mib
Fa# = Solb
Sol# = Lab
La# = Sib

E por aí adiante.

Notas no Teclado (com os acidentes) e seus respectivos sons (no timbre de piano)



Do 1   Do 2   Do 3   Do 4   Do 5
  Do 6
Do# 1 Do# 2 Do# 3 Do# 4 Do# 5 Do# 6
Re 1   Re 2   Re 3   Re 4   Re 5   Re 6
Re# 1 Re# 2 Re# 3 Re# 4 Re# 5 Re# 6
Mi 1   Mi 2   Mi 3   Mi 4   Mi 5   Mi 6
Fa 1   Fa 2   Fa 3   Fa 4   Fa 5   Fa 6
Fa# 1 Fa# 2 Fa# 3 Fa# 4 Fa# 5 Fa# 6
Sol 1  Sol 2  Sol 3  Sol 4  Sol 5  Sol 6
Sol# 1 Sol# 2 Sol# 3 Sol# 4 Sol# 5 Sol# 6
La 1   La 2   La 3   La 4   La 5   La 6
La# 1 La# 2 La# 3 La# 4 La# 5 La# 6
Si 1   Si 2   Si 3   Si 4   Si 5   Si 6























Obs.: Nos exemplos acima está sendo representado um instrumento de teclas que possui 6 oitavas, mas são encontrados instrumentos com até 8 oitavas. A analogia é exatamente a mesma para essas outras oitavas.

Bom, galera, mais um post que se acaba e outro já está começando a ser preparado. Não fiquem com vergonha de comentar, perguntem à vontade, mesmo que seja alguma dúvida que achem que seja de pouca importância. Opinem, façam sugestões.

Até o próximo post!